quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Vida madrasta



Ah, gloriosa vida insólita
Que não se apresenta de maneira comum
Cheia de desgosto, com gosto que não gosto
Da forma como se apresenta a mim!

E vens assim, indiferente a tudo que desejo
Alheia às minhas vontades
Descontrolada e incontrolada
Se controlada, não é por mim!

Não sou teu dono, nunca fui, nunca serei!
Em alguns momentos com atitude ignóbil
Em outros, simplesmente imbecil, vil
Madrasta má, de má vontade! Te amo!

Mas que amor é esse!
Provavelmente estocolmática!
Sob o domínio daquele que domina
Com a ameaça do providencial fim

Enfim, não há como fugir
Só adiar o momento por um momento
Tentar fugir do infugível. Amor fugaz!
Doença que vem com o nascimento.

Lucidezzzzzzz!



É noite, a dor me consome as entranhas
Sinto frio até nos ossos! Isso é possível?
O que faço aqui? Como vim parar neste lugar?
A resposta vem à cavalo: sou o culpado!
Oh meu Deus, por que me abandonastes?
Por que me deixou vir parar aqui?
Droga de livre arbítrio!
Droga? É isso! Lembrei! Maldita!
Foste tu, demoníaco ser obsessor!
Tomaste-me por inteiro, até minha alma levou
A levaste contigo! Que infame desgraça!
Como cheguei a esta situação?
Onde estão minha esposa e filhos?
Onde estão meus amigos? Que belos amigos vocês são!
Vocês me apresentaram ela! Só um trago!
Um trago? Olha para onde ela me trouxe!
Sou um desalmado! Um morto que anda!
Um monte de lixo com sobrevida.
Sem vida, um lixo apenas!
Espera! Mesmo lixo, posso voltar à vida!
Afinal, o lixo pode ser reciclado! Eu também posso!
Oh Deus, eu quero!
Cheguei aqui por meus próprios meios!
Da mesma forma vou sair!
Sim vou! Eu quero! Eu posso! Eu consigo!
Sim consigo, claro que sim!
Vou voltar para minha família,
Vou voltar para minha vida!
Vou só fumar esta ultima pedra, aí eu volto!
Eu juro que é só mais eeeesssssááááá!

Quero sim!



Na fragilidade desta efêmera vida
Na incerteza de sua continuidade
Após o ultimo suspirar da partida
Quero sim!

Cada momento eternizado ao teu lado
Numa erupção de sensações indescritíveis
Sintetizadas em um grande gemido abafado
Quero sim!

A continuidade dessa cumplicidade afoita
Sem pensar no universo de vida lá fora
Tornado insignificante diante desse “tornado”
Quero sim!

Queimar no braseiro de tua chama
Aquecido pelo calor do teu corpo no meu
Lutamos! O ringue? A cama!
Quero sim!

No final de cada luta, pelo amor vencidos
Num relaxar de músculos, exaustos
Dois corpos, um ao lodo do outro, caídos.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018



Determinismo social.

O determinismo “é a teoria filosófica de que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado pela determinação, ou seja, por relações de causalidade.” E sendo assim “o ser humano é produto da experiência que acumula em determinado contexto humano e social.” Isto é, “o meio em que vive o sujeito determina suas ações, seu comportamento, o seu modo de pensar e agir.”
Parece que se está falando de uma máquina, sem vontade própria que executa aquilo para o que foi previamente PROGRAMADA. Que tudo que fez, faz e fará é predeterminado pelo meio em que foi criada(produzida).
E tem mais, segundo essa ideia “não há liberdade de ação, estando o ser humano sempre preso às determinações de suas experiências.” Um exemplo apresentado e que se coaduna com a realidade brasileira, diz que: “uma pessoa que vive e cresce em um ambiente corrupto manifesta sempre um comportamento corrupto, pois foi determinada por esse meio.”
Concordo que o meio influencia tanto de forma positiva quanto negativa. Mas discordo completamente sobre essa predeterminação! Sou um ser que pensa e tem vontade própria, não sou uma máquina pré-programada para executar uma função sem nunca questionar. Sempre questiono e sempre questionarei. Inclusive o meu questionar. Sou um ser vivo, não uma máquina!
E digo mais: o ser humano é provido de livre arbítrio. Sendo assim, sempre terá a opção de escolher o que é melhor para si. Até um peixe, enquanto vivo, pode escolher seguir o curso do rio ou nadar contra a correnteza. Só o peixe morto segue sempre a favor do rio.
Eu luto por esse direito intelectual de escolha, pois, defendo com todas as minhas forças a independência intelectual do ser humano. E acredito que uma pessoa, de bom caráter, escolhe fazer o certo, simplesmente porque é certo fazer e não por estar sendo fiscalizado ou por medo de uma punição. Que essa fiscalização seja de sua consciência e não de um agente do Estado.
Não importa o meio em que você nasceu, viveu ou vive. Você sempre terá a opção de escolher o que é melhor. Mas se escolher prejudicar-se ou à outra pessoa, tenha a hombridade de assumir que fez por escolha própria. Não procure culpados, no fim a escolha sempre será sua!
E para você que é religioso, que crê que depois da morte segue-se o juízo e que todos seremos julgados por Deus, lhe pergunto: você acredita que quando estiver diante Dele vai poder dizer que fez ou deixou de fazer algo por falta de opção? Porque lhe impuseram? Porque lhe pediram?
Você é um ser inteligente e consciente, e como tal pode escolher o que julga ser melhor. Pode usar sua inteligência para escolher não experimentar, não dar a primeira tragada ou não tomar o primeiro gole. E consciente de suas forças e fraquezas, pode escolher seus amigos, os lugares a frequentar ou simplesmente escolher nem sair de casa. E esteja consciente de que às vezes quando olhamos para o abismo, ele pode olhar de volta.
Admita, você é o que é em razão de suas escolhas. Se venceu, mérito seu e se perdeu, também!
Então mostre dignidade e deixe de apontar culpados por suas más escolhas.   


Por: Adriano Cantanhêde

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Estava na rua a pensar  De repente lembrei-me de você! De longe sempre a te observar E você sem nunca me perceber   Então escrevia m...