segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crônica: O carrinho vermelho ou o azul

Hoje faz duas semanas que Leandro, de seis anos, reclama de está com o ouvido doendo. Até agora não foi ao médico. O leitor pode imaginar que seus pais não cuidam bem do garoto, mas cuidam. O problema é que Leandro odeia médico, a ponto de fazer um grande escândalo quando está diante de um.
Ricardo, pai de Leandro, passou a ultima semana explicando tudo que ia acontecer no consultório médico. Parece que o menino está mais calmo.
A consulta estava marcada para as 16h00min horas, mas Ricardo resolveu sair antes e chegou ao consultório às 15h34min. Acreditava que seria o primeiro a ser atendido. Tem um outro compromisso. Ficou surpreso quando soube que o médico já estava consultando, pois chegara às 15h00min em ponto. Ricardo não será o primeiro a ser atendido, mas sairá mais sedo para o tal compromisso.
Depois de uns vinte minutos, o primeiro paciente sai do consultório, a assistente então chama o nome de Leandro que, até àquele momento calmo, entra em desespero. Ricardo tenta com muito esforço acalmá-lo. Leva-o até o consultório e conversa com o médico que, acostumado com aquela situação, começa a fazer brincadeiras com Leandro e Ricardo. Consegue acalmar o garoto e também seu pai, que já estava ficando impaciente com o menino. Para convencer Leandro a se deixar examinar, o médico lhe oferece um carrinho. Dá-lhe duas opções de cores: vermelha ou azul.O garoto fica totalmente indeciso. Hora o azul, hora o vermelho. Que confusão!O médico então pergunta:-Você tem um irmãozinho?-Não! Mas tenho um primo!-Qual o nome dele?-É Fernandim!-Então, vou te entregar os dois. Mas é um para você e outro para o Fernando. Tá!?-Ta bom!! A consulta correu tranquilamente. Enquanto o médico examinava Leandro e conversava com Ricardo, o garoto estava em um outro mundo. O mundo das dúvidas. O carrinho vermelho ou o azul?
A consulta terminou. O médico passou os remédios e os tratamentos. Mas Leandro só pensava: O carrinho vermelho ou o azul?
Saíram do consultório e foram direto à farmácia. Mas Leandro só pensava: O carrinho vermelho ou o azul?
Voltaram para casa. Ricardo conversava o tempo todo com Leandro sobre a consulta, o tratamento, o comportamento do garoto diante do médico, etc. Mas Leandro só pensava: O carrinho vermelho ou o azul?
Chegaram então em casa. Ricardo falou com sua esposa, Marisa, sobre a consulta. Depois disse que tinha outro compromisso e saiu. Mas Leandro só pensava: O carrinho vermelho ou o azul? Depois de tamanho dilema, veio então o veredicto. -Quem enfrentou o médico fui eu! O Fernando não estava lá! Então vou ficar com os dois. O vermelho e o azul. Vou deixar o Fernando brincar com os carrinhos, mas os dois são meus!!
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Por: Adriano Cantanhêde

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